A criança
Como é nobre a inocência de uma criança.
Quisera eu poder voltar no tempo!
Apenas alguns anos, um momento!
Que saudade de ser feliz e não ter a consciência disso.
Somente rir e correr, correr mais!
Talvez trouxesse paz brincar.
Apanhar a bola e continuar.
Belo movimento! O passar da tarde é lento.
Que o som de risadas seja atento.
Atento ao que não volta.
Mais fácil é trancar a porta para a criança que se foi.
Não tranco quem um dia correu, bricou, caiu e levantou.
Mas essa criança se foi com o tempo.
O tempo levou a criança mais bela de nós.
Tornou-nos adultos, apressados e sós.
A criança sonha em ser crescido.
Ah, pequeno! Crescente é a minha vontade de voltar a ser como tu é.
Livre para brincar, correr, amar.
Amar do modo mais simples, como deve mesmo ser!
Qual a graça em crescer?
Não há graça, veja isto em você!
Sorria para tua infância, ela encanta aos adultos.
Perceba o quanto olham para ti, criança que brinca e sorri.
Ser criança é ser livre, a inconsciência grita.
Quanto mais crescido mais sente-se preso.
Quanto menor, maior o medo!
Medo? Sim! Medo dos monstros em baixo da cama.
Medo do fim da brincadeira, quando a mãe o chama para jantar.
Já tive esse medo, e hoje, só se compara ao medo de pensar.
Se eu fosse criança de novo, teria medo de ser grande, amadurecer.
Correria mais ainda, brincaria até não mais poder.
A parte mais bonita da vida vem antes de crescer.
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