domingo, 30 de outubro de 2016

O quão previsível somos

Há coisas que são tão fáceis de prever.

O horário que o ônibus passa, a hora certa de tirar o bolo do forno.

O quanto de açúcar em um café é suficiente.

São diversas coisas que são previsíveis ao nosso dia-a-dia.

Mas, quão previsível nós somos?

É tão fácil assim nos entender a ponto de prever falas e ações?

A minha conclusão é que não.

 A não ser que seja alguém que o tenha permitido ser estudado.

Vejamos; Pode-se dizer a hora que sua mãe dirá que o jantar está na mesa, mas somente se a rotina dela permitir que isso aconteça.

A rotina nos tornou previsíveis.

Sempre o mesmo sorriso de praxe, sempre o nó na gravata, e na garganta!

Sempre o café queimando a língua e os olhos no relógio para não perder a hora.

Sempre a pressa de ir embora!

O constante desejo de chegar em casa e deitar-se a cama.

Ao sono, se derrama!

Se veste, se deita, não ama. Reclama!

É o fim e o início de mais um dia em que será facil prever os mais inconscientes movimentos.

Adormece e esquece o sofrimento, a frustração!

Queria sorrir, o cansaço diz não!

Estamos sempre perdidos em meio a nossas profissões, nossos afazeres, e nos tornamos tão previsíveis!

Tão insensíveis, descartáveis a nós mesmos como papel mil vezes dobrado esquecido no bolso.

Jogados uns pelos outros em mais uma esquina dessa via estreita.

A vida diz: Faz!

A gente? Aceita!

Passa e repassa, todos os dias a mesma rua, e os velhinhos? Ah.

São os mais capacitados para nos prever.

 Tiveram a vida toda como eu e você.

E agora, aquela linda senhora cujas marcas no rosto não a deixam esconder sua idade, mostrou-me que a mente não acompanha o corpo na velhice.

Após uma conversa a minha mente aflita disse.

Não sejas descartável, desfaça essa rotina.

 Aproveita, menina!

Faça diferente, seja o inesperado.

Previsível? Só a felicidade aqui do lado.



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